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A Cura da Autenticidade: Por Que Deus e a Saúde Mental Odeiam Máscaras

A Cura da Autenticidade: Por Que Deus e a Saúde Mental Odeiam Máscaras

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.” (Mt 23, 27)

A Palavra de Jesus hoje é um convite profundo para olharmos além da superfície. Há um dentro e há um fora. E, na nossa vida, somos frequentemente obcecados pelo “fora”: a imagem que projetamos nas redes sociais, o sucesso que exibimos, a nota que recebemos das pessoas. Vivemos “pendurados no julgamento”, sempre com medo de receber uma avaliação negativa.

Jesus usa a imagem chocante dos sepulcros caiados — bonitos e brancos por fora, mas cheios de morte e podridão por dentro. Essa é a definição mais precisa de hipocrisia e, ao mesmo tempo, um retrato fiel de uma mente doente. Quantos de nós construímos uma fachada de perfeição, uma “máscara bonita”, enquanto nosso interior está cheio de medo, ansiedade, vazio e dor?

Essa busca incessante por aprovação externa é exaustiva. Viver com essa dupla moral, apresentando uma imagem que não corresponde à nossa realidade, gera uma profunda solidão. É como tentar viver uma mentira; a exaustão física e mental é inevitável. Ninguém pode sustentar uma máscara por tanto tempo. Em algum momento, a verdade interior, o “conteúdo do sepulcro”, se manifesta em forma de crise, de depressão ou de um colapso.

O Deus que Jesus veio nos revelar não se impressiona com as nossas máscaras. Ele não sabe o que fazer com as falsas imagens de nós mesmos. Ele prefere a nossa vulnerabilidade honesta. A cura da autenticidade não é um caminho fácil. Requer humildade para admitir nossas imperfeições, nossos fracassos e nossas dores. Exige a coragem de remover a cal e expor o que está dentro, sem a garantia de que não seremos julgados.

Mas é neste ato de sinceridade que a liberdade começa. Deus não condena o “sepulcro” por estar cheio de “ossos de mortos”, mas por esconder isso. A cura começa quando temos a coragem de olhar para a nossa própria “imundícia”, de reconhecer nossas feridas e de pedir ajuda.

A saúde mental reside em alinhar o “dentro” com o “fora”. O amor que Jesus nos oferece nos permite despir a máscara e mostrar quem realmente somos, sem medo. Ele nos ama na nossa fragilidade, nas nossas contradições e no nosso processo.

A verdadeira não é uma capa de perfeição, mas um caminho de cura. É a certeza de que a misericórdia de Deus é maior que a nossa sujeira interior. Ele prefere um “pecador honesto” que se expõe em sua dor, a um “santo hipócrita” que se esconde em sua máscara. A verdadeira religião se faz com a verdade e não com uma vida dupla ou falsa.

Se você tem a sensação de estar vivendo como um sepulcro caiado, lembre-se: Deus te ama na sua verdade. A cura da autenticidade começa hoje, na humildade de se olhar no espelho e de aceitar o que está dentro de você. Dê o primeiro passo e busque ajuda para começar a tirar a cal.

Dr. Fernando Tadeu Barduzzi Tavares

 

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